Como parar de temer o fracasso e começar a vê-lo como seu maior professor
Há um ano, lancei meu primeiro produto digital.
Fiquei quase 6 meses trabalhando nele.
Pesquisando, criando, imaginando o sucesso… Fiz de tudo! Copys, anúncios, até paguei consultoria particular e já tava sonhando com o que faria com a grana.
O resultado? Apenas duas vendas. DUAS!
Sentei na frente do computador e me senti a maior fracassada do mundo.
Parecia que eu não era boa o suficiente, sabe? Acho que todo mundo passa por isso. A não ser que a pessoa não tenha ambição nenhuma na vida..
Mas acredita que esse “mini-desastre” me ensinou umas coisas que nenhum sucesso teria me ensinado?
Quantas vezes a gente deixa de tentar as coisas com medo de dar errado? Quantos sonhos ficam guardados porque a gente morre de medo de falhar?
O Medo que Paralisa
A verdade é que vivemos num mundo que nos faz ver o fracasso como algo super vergonhoso.
Desde crianças, somos ensinados que errar é feio, que falhar é sinal de fraqueza, que devemos evitar riscos a todo custo.
Essa mentalidade cria uma paralisia silenciosa. Pessoas talentosas permanecem em empregos que detestam porque tentar algo novo parece arriscado demais.
Pessoas com ideias incríveis nunca tiram elas do papel, com medo de quebrarem a cara.
E sabe o pior? Ao tentar evitar o fracasso de todo jeito, a gente acaba se contentando com a mesmice.
Já dizia Sêneca:
“Todo novo começo vem do fim de algum outro começo.”
Antigamente, os estoicos pensavam diferente. Eles não viam o fracasso como um bicho papão, mas como algo que faz parte da vida e que nos ajuda a crescer.
A Sabedoria Estoica Sobre o Fracasso
Epicteto, que passou de escravo a filósofo, escreveu:
“Não são os acontecimentos que perturbam as pessoas, mas os julgamentos que elas fazem sobre os acontecimentos.”
Ou seja, o fracasso em si não é nada demais. Nós é que escolhemos se ele vai ser o fim do mundo ou um aprendizado.
Marco Aurélio, que enfrentou guerras, pragas e traições políticas, escreveu em seu diário:
“Você tem poder sobre sua mente – não sobre eventos externos. Perceba isso e você encontrará força.”
Os estoicos não eram masoquistas que buscavam o fracasso. Eles simplesmente entendiam que:
- Fracassar é inevitável – Tentar fugir disso é uma batalha perdida.
- O fracasso tem informações valiosas – Mostra o que não funciona e nos dá ideias novas.
- A forma como a gente reage ao fracasso é o que importa – Não o fracasso em si.
Por Que Tememos Tanto Falhar
Nosso medo do fracasso tem raízes profundas:
Medo do julgamento: Nos preocupamos demais com o que os outros vão pensar se a gente falhar. Mas, na real, a maioria das pessoas está tão preocupada com a própria vida que nem repara nos nossos tropeços.
Perfeccionismo disfarçado: Às vezes, temos tanto medo de não fazer as coisas certinhas que nem tentamos.
Baixa autoestima: Quando só nos sentimos bem quando temos sucesso, qualquer fracasso parece o fim do mundo.
Falta de visão: Achamos que o fracasso é o ponto final, quando ele é só uma informação sobre o que mudar.
Mas e se pudéssemos reescrever nossa relação com o fracasso? E se, em vez de ter medo, pudéssemos usar o fracasso como combustível para crescer?
Transformando Limão em Limonada
Depois daquele primeiro produto fracassado, fiz algo que mudou tudo: em vez de me esconder, eu comecei a estudar o que tinha dado errado. Peguei um caderno e anotei:
* “O que deu certo?”
* “O que não deu certo?”
* “O que posso aprender com isso?”
* “Como usar isso da próxima vez?”
Esse exercício simples transformou uma experiência dolorosa em um manual de instruções valioso.
Descobri que o produto era bom, mas eu não conhecia tão bem asim o meu público. Minha estratégia de marketing era amadora. E eu estava cobrando o preço errado.
E o mais importante: eu descobri que sobrevivi! O mundo não acabou e eu tinha informações valiosas para tentar de novo.
Como Sêneca observou:
“Não se pode aprender a ser corajoso sem ser testado pela adversidade.”
Cada fracasso é um teste que nos deixa mais fortes, mais espertos e mais preparados para desafios futuros.
A metodologia estoica para lidar com fracassos
- Aceite a realidade: Não adianta fugir, culpar os outros ou inventar desculpas. Marco Aurélio escreveu:
“Aceite as coisas como elas vêm, tecidas no padrão do seu destino.”
O mundo nem sempre é do jeito que a gente quer, e tá tudo bem. Aprender a aceitar o que não podemos mudar nos dá muito mais liberdade e paz!
- Separe os fatos das suas interpretações:
Fato: “Eu só tive duas vendas.”
Interpretação ruim: “Eu sou um fracasso como empreendedora!”
Interpretação “estoica”: “Tenho informações valiosas sobre o que posso melhorar.”
Percebe a diferença? Sempre podemos escolher como enxergar as coisas!
- Extraia o Aprendizado
Pergunte-se:
– Que habilidades eu preciso aprender?
– O que eu achei que era verdade, mas não era?
– O que posso fazer diferente da próxima vez? Como usar essa experiência para inspirar outras pessoas?
- Planeje a Próxima Ação
O fracasso só é realmente fracasso se pararmos por aí. Como disse Thomas Edison sobre suas mil tentativas fracassadas de criar a lâmpada:
“Não falhei. Apenas encontrei mil maneiras de não fazer uma lâmpada.”
Construindo Resiliência
A resiliência não é algo que nascemos com – é algo que construímos através da experiência. E paradoxalmente, construímos resiliência não evitando dificuldades, mas enfrentando-as e descobrindo nossa capacidade de nos recuperar.
Comece devagar: Se arrisque em coisas pequenas. Experimente uma comida nova, fale com um estranho, faça algo que te deixe um pouco desconfortável.
Escreva tudo: Crie um “diário de erros” e anote o que deu errado e o que você aprendeu.
Comemore as tentativas: O simples fato de ter tentado já é uma vitória, sabia?
Visualize o pior: Parece loucura, mas imaginar que as coisas podem dar errado te ajuda a se preparar emocionalmente.
Mude a forma que você enxerga a vida
Aquele meu produto que não bombou me ensinou mais sobre negócios do que qualquer curso. E, o melhor de tudo, me mostrou que eu sou mais forte do que eu imaginava!
O sucesso não é sobre nunca cair, é sobre aprender a levantar a cada tombo e sair mais forte e esperta.
A coragem de tentar de novo
O medo nos impede de viver coisas incríveis e de descobrir a nossa força. Cada vez que evitamos um risco por medo de falhar, perdemos uma oportunidade de crescer.
O estoicismo não é sobre ser “certinho” ou querer fracassar, mas sim sobre entender que os desafios fazem parte da vida e que a nossa reação é o que realmente importa.
Prática estoica de hoje:
Faça um “inventário de medos”: Pense em algo que você quer muito, mas morre de medo de tentar. Escreva o que de pior pode acontecer se você tentar e não der certo.
Seja “estoico”: Transforme cada medo em uma oportunidade de aprender.
Se arrisque um pouquinho: Escolha algo pequeno que você está adiando por medo de falhar (mandar um e-mail, fazer uma receita nova, sei lá).
Tenha um “diário de aprendizados”: Anote seus “fracassos” e o que eles te ensinaram.
Pense nisso antes de dormir: Se pergunte: “Onde o medo me impediu de crescer hoje? Como posso ser mais corajosa amanhã?”
Lembre-se: o objetivo não é nunca falhar. É desenvolver a coragem de tentar, a sabedoria para aprender e a resiliência para tentar de novo.
Como os estoicos sabiam, nossa grandeza não é medida pela ausência de fracassos, mas pela nossa capacidade de nos erguer sempre que caímos.
Bora encarar os desafios com mais leveza?
Com sabedoria, coragem e clareza,
Railka Wan Der Maas